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5º Mito – O Carro Elétrico é Perigoso Porque Atropela Pessoas

Numa época em que está provado que a poluição sonora mata pessoas e que é um problema grave de saúde pública, evocamos o silêncio dos carros elétricos como um perigo para a sociedade.

Passadeira

Chegamos assim ao quinto mito…

O Carro Elétrico é Perigoso Porque Atropela Pessoas

De todos os argumentos, este é o mais estranho. É quase como dizermos que porque não vemos a eletricidade nas tomadas vamos todos regredir para uma época em que cozinhávamos com carvão porque sentíamos a luz, o cheiro e o fumo do carvão.

Poderia haver alguns argumentos bons contra os carros elétricos, que por acaso não temos encontrado. Mas, seguramente, este nunca será um deles.

E a Directiva da UE que Obriga Som nos Carros Elétricos?

O facto de a UE ter passado uma diretiva a forçar os carros elétricos a emitir som “parecido” com os carros convencionais tem sido mistificada e comunicada erradamente nos meios de comunicação.

Em primeiro lugar, essa diretiva apenas se aplica quando o carro elétrico circula a menos de 30 Km/h; Em segundo lugar, se todos os carros que andarem a mais de 30 Km/h não emitirem som, grande parte do ruído gerado nas nossas cidades será eliminado. E isto é ótimo! Neste contexto, os peões terão mesmo de olhar para a estrada antes de a atravessarem. Não esquecer que tal obrigatoriedade já é exigida aos peões.

Por lei, e como sociedade, já colocamos o ónus nos peões que simplesmente não respeitam os semáforos para peões, atravessam fora das passadeiras, atravessam sem olhar, atravessam com fones nos ouvidos ou distraídos a falar ao telemóvel. A responsabilidade da própria segurança na estrada deve ser de quem não respeita estas normas…e não dos condutores dos carros elétricos.

Quanto aos parques de estacionamento, garagens, etc, a diretiva da UE apenas indica que o ruído tenha de ser parecido com o dos carros a combustão, não indica que tenha de ser igual. Certamente a indústria automóvel e os reguladores encontrarão ruídos “interessantes”, e esta será certamente uma área em evolução nos próximos anos. Ficarão os carros a emitir sons ligados ao Spotify e a tocar a sua música favorita? Ouviremos baleias ou sons de passarinhos? Ou ouviremos o “parabéns a você” no seu dia de anos? Ou a lei também evoluirá, assim como a tecnologia, e emitirá som apenas quando o computador do carro detetar a presença de peões na vizinhança, permanecendo em silêncio nas restantes situações. Acreditamos que a tecnologia vai evoluir tanto que o computador do carro vai inclusivamente separar as situações mais problemáticas de potencial colisão e daquelas que não oferecem perigo real para os peões. Para quem já viu um Tesla, ficamos sempre fascinados com a deteção do peões e ciclistas mostrados no visor do carro.

Conclusão

O engraçado é que a história se repete. Este problema aconteceu já há 100 anos com a introdução das bicicletas, quando nessa substituição o barulho dos cascos dos cavalos deixou de existir e as pessoas eram atropeladas pelos ciclistas. É verdade que as bicicletas até têm campainhas, mas ninguém abuliu a bicicleta como meio de transporte e hoje o número de pessoas que é atropelado por bicicletas é totalmente irrelevante.